Perguntas Frequentes

Liderando diretamente a partir de perguntas feitas por nossas partes interessadas, compilamos esta lista de perguntas frequentes para apoiar a compreensão do projeto de pesquisa.

Justificação do estudo 

Qual é a base do  PHISICC?

É largamente reconhecido que apesar de muito tempo e esforço dispendidos no registo de dados dos pacientes, existe uma utilização muito limitada dos mesmos dados na provisão de apoio imediato na tomada de decisões clínicas, de saúde pública e de gestão. Estes dados são antes, primáriamente recolhidos com o objectivo de reportar a níveis superiores do sistema, onde se espera que fornecam informação para as decisões estratégicas e de gestão, embora nem sempre se vá de encontro a esta aplicação.

O obejctivo primário do PHISICC é fazer a melhor utilização dos dados que estão a ser recolhidos nas unidades de cuidados de saúde primários de forma a apoiar os trabalhadores de saúde locais a tomarem as melhores decisões para os cuidados de saúde dos seus pacientes.

O PHISICC é baseado num corpo de evidências globais e locais sobre o que funciona e  como nos sistemas de informação de saude nos PBMR.

O que é que o estudo pretende estudar?

O PHISICC irá examinar se ter um sistema de informação em saúde melhorado – um sistema que se foca em ajudar os trabalhadores de saúde a tomar boas decisões – irá resultar numa qualidade de dados, numa satisfação laboral e em resultados de saúde melhorados a nível dos cuidados de saúde primários. Iremos também avaliar se é económicamente viável.

Foi conduzida uma avaliação das necessidades antes do desenvolvimento da nova ferramenta?

De forma curta, sim.

A necessidade de melhorias a serem feitas  no SIS está indicada  nos documentos de estratégia politica em todos os três países onde decorre o PHISICC (Costa do Marfim, Moçambique e Nigéria).

A nível global, todos os países estão focados em melhorar de forma continua o seu desempenho em termos de cuidados de saúde, e os dados de saúde e o SIS são vistos como tendo um papel central na provisão de serviços equitativos e de elevada qualidade. Os sistemas baseados em papel actuais têm desafios, mas tais sistemas irão manter-se  por um futuro previsível.  Simultaneamente, os cuidados primários são reconhecidos como a pedra angular para o desempenho de um sistema de saúde forte. Conjuntamente,  há uma necessidade clara e um desejo de criar evidências sobre estratégias efectivas para apoiar este nível de cuidados – o PHISICC oferece o potencial para melhores ferramentas de informação de saúde, para ligar os dados com a tomada de decisões.

Para garantir que o PHISICC esteja a apontar para as necessidades mais importantes, a equipa levou a cabo a caracterização do SIS nos três países. Os relatórios destas avaliações podem ser vistos no website do PHISICC.

O sistema de informação de saúde baseado em papel é o principal estado da gestão de dados ao nível de cuidados de saúde primários, então, o que é que o PHISICC tem como vantagem adicional?

Os sistemas de informação de saúde baseados em papel foram desenvovidos à medida que surgiam necessidades programáticas, em detrimento do desenho cuidadoso. Tal desenvolvimento tem sido orientado pela necessidade de capturar informação a partir das unidades sanitárias de forma a reportá-la para os níveis superiores do sistema.

Embora esta abordagem vá de encontro a certas necessidades de reporte, não apoia a melhor utilização dos dados para a tomada de  decisões- tanto clínicas como estratégicas. Contráriamente, os dados e os indicadores relacionados assemelham-se mais a séries de ilhas no SIS, ao invés de uma rede conjunta destinada à provisão de conhecimentos para os trabalhadores de saúde e para os decisores.

O PHISICC é um projecto de pesquisa e busca disponibilizar uma abordagem interligada de todo o sistema para a tomada de decisões nos cuidados de saúde primários. Através do desenho intencional de ferramentas baseadas em papel, busca identificar as melhores ferramentas para prover informações para a tomada de decisões. Este projecto relaciona-se com a disponibilização de  melhor qualidade de cuidados ao paciente , particularmente para as populações mais vulneráveis. Como um projecto de pesquisa, irá fornecer novas evidências aos pesquisadores nacionais e internacionais e aos fazedores de políticas.

Por que não nos focarmos no digital? 

O SGIS nacional está a migrar para sistemas de dados electrónicos, o PHISICC não está a fazer o país retroceder para de onde vem?

É verdade que há alguma adopção de sistemas electrónicos; contudo, em qualquer país, nem todas as camadas e serviços de todo o sistema de saúde estão preparadas de forma igual. Além disso, a maior parte dos fazedores de políticas nos países e pesquisadores reconhecem que as unidades sanitárias em muitos PBMR (e não poucos PAR) continuarão a utilizar um sistema de informação baseado em papel porque os sistemas digitais requerem compromissos de investimento a longo prazo, infra-estrutura, serviços, manutenção, renovação e apoio técnico, que não estão largamente disponíveis.

Westley (2016) explica bem este cenário: “Apesar da mudança global para a recolha digital de dados, mantêm-se cenários de baixos recursos que não têm capacidade de suportar a infra-estrutura necessária para os sistemas de registo electrónicos. Para estes cenários, fortalecer os sistemas de registo de saúde em papel pode reforçar a tomada de decisões baseada em evidências em encontros com pacientes, planeamento de programas e políticas, e servir como primeiro passo em direcção à melhoria da qualidade de  dados do SIS à medida que mudam para os sistemas electrónicos”. Adicionalmente, num resumo técnico da autoria de Measure Evaluation, é demonstrado que a transição de sistemas baseados em papel para os electrónicos compreende cinco estágios – o segundo dos quais foca-se na ‘ optimização dos sistemas em papel através da simplificação dos indicadores e da redução da duplicação’.

O PHISICC cobre todas estas áreas e é essencialmente sobre a visualização dos dados como uma ferramenta para a tomada de decisões.

Envolvimento de stakeholders

Como é que os parceiros do SGIS serão envolvidos no projecto PHISICC?

Os parceiros têm sido envolvidos em todas as actividades desde o inicio. Foram feitas contribuições para o desenvolvimento do protocolo e para a implementação da pesquisa e irão continuar até ao final do projecto de forma a englobar a disseminação dos achados e a compreensão da política. Já houve vários/ muitos eventos, workshops e reuniões para materializar estes envolvimentos.

Que entidades estão envolvidas neste estudo?

Em Moçambique, o PHISICC tem um Memorando de Entendimento com o MISAU (Ministério da Saúde, representado pela Dra. Graça Matsinhe) e estabeleceu uma parceria com a Universidade Lúrio (representada pelo Dr. Artur Muloliwa).

Na Nigéria, as nossas contrapartes são NPCHDA (representada pelo Dr. Garba) e a Universidade de Calabar (representada pela Prof. Angela Oyo-Ita).

Na Costa do Marfim, nós estamos a trabalhar com MSHP (representado pelo Prof. Mamadou Samba) e com CSRS (representado pelo Dr. Richard Yapi).

O SwissTPH tem também um coordenador nacional em cada país: Sofia Mandjate (Moçambique); Dr. Ngozi Njepoume (Nigéria); e Kouadio Dieu-Donné (Costa do Marfim). Muitos outros stakeholders encontram-se envolvidos de diferentes formas.

Qual e a percepção do MISAU acerca do projecto PHISICC; o MISAU está envolvido?

Sim, o MISAU esta envolvido de forma activa e faz parte dos parceiros do projecto. As suas opiniões são tomada em conta e nós estamos a edificar um entendimento comum sobre os problemas do SIS e as soluções.

Custo de scale-up

Quais serão os custos para a intervenção em escala? Será sustentável?

Nós ainda não sabemos, até que finalizemos a pesquisa. Mas os custos serão, certamente, medidos e apresentados como parte da evidência gerada nesta pesquisa.

O que sucede a pletora de registos infantis impressos, quando as ferramentas do PHISICC estiverem disponíveis? Desperdício de recursos?

As ferramentas do PHISICC somente serão implementadas caso o sector de saúde governamental assim o decida após a avaliação das evidências produzidas pelo PHISICC. Os custos de substituição terão de ser considerados, como em qualquer ocasião em que os sistemas são adaptados ou mudados.

Desafios de conteúdo / Utilização da ferramenta

Como é que o PHISICC tenciona fazer face aos 16 registos utilizados na imunização de rotina e reflectir o conteúdo destes registos na nova ferramenta?

O PHISICC visa corrigir a actual proliferação / redundância dos itens de dados nos diferentes registos da imunização e de todas as outras áreas dos serviços de saúde. A actual análise confirma a existência de um vasto campo para a simplificação e a reorganização de dados sem a perda da sua utilidade.

Como irão os indicadores do PHISICC alinhar-se com todos os indicadores na imunização?

O PHISICC não irá alterar quaisquer indicadores que sejam necessários em alto nível; mas irá optimizar a produção e a transmissão dos dados dos CSP.

A pesquisa irá incluir todos os componentes de serviços de saúde na avaliação?

O PHISICC foca os cuidados de saúde primários (CSP), todos os serviços prestados a nível dos CSP.

A reprodução das ferramentas é um desafio crónico, como irá o projecto PHISICC lidar com esta fragilidade?

As ferramentas do PHISICC irão permanecer baseadas em papel,  assim, estes desafios crónicos, poderão, de certa forma persistir. Contudo, espera-se que as novas ferramenta sejam mais simples, e dessa forma, as necessidades de reprodução serão reduzidas.

A intervenção será um registo ou um formulário?

Poderá ser qualquer coisa! A hipótese é que um pedaço de papel poderá mudar o seu comportamento – trata-se de fazer dos ‘formulários’ não somente um local para escrever, mas para a tomada de decisões.

Qual é a utilidade da nova ferramenta inovadora?

O desenvolvimento das novas ferramentas será feito através de grupos de co-criação (GCC) do PHISICC. Os GCC (um grupo dedicado em cada país) irão trabalhar directamente com os especialistas de desenho para avaliar os principais requisitos e criar novos desenhos de forma que funcionem como o melhor ajuste às condições locais. Parte da função do GCC será correr pequenos estudos piloto utilizando as ferramentas (interacções de desenvolvimento) no local do estudo, com trabalhadores de saúde locais. Espera-se que esta abordagem vá promover uma maior utilização antes da implementação do ensaio e que a monitoria e a avaliação ao longo do ensaio vá fornecer mais conhecimentos sobre os benefícios / desafios sobre a utilização.

Formação & implementação

Haverá necessidade de formação para a utilização das novas ferramentas – como é que isto será conduzido?

Nós iremos dar formação para ambas, para as ferramentas novas e para as antigas. Isto irá garantir que todos os  locais de estudo seleccionados (processo de aleatorização) estejam igualmente capacitados para o início do ensaio.

Se nós vamos introduzir um novo sistema para o ensaio – por que é que o vamos romper então, novamente [no fim do ensaio]?

Uma vez que não sabemos se irá resultar. Inclusivé, as decisões sobre políticas não são baseadas num só estudo pois todos os estudos têm algum enviesamento. O PHISICC vai fornecer evidência elementar como um inicio, e isto será considerado juntamente com outras evidências de outras iniciativas. Muitos outros factores influenciam a política – a medida na qual a evidência demonstra concordância ou conflito é somente uma delas. Trata-se de atingir o equilíbrio certo.

O SwissTPH irá cobrir todas as partes técnicas – por que não recorrer a grupos nos países?

O PHISICC confia profundamente nos grupos nos países, em todos os workstreams.

Reporte de dados / gestão

Como é que os dados que utilizam a nova intervenção serão transferidos para o sistema existente?

O nosso foco é que os CSP e o nível do distrito (ou ALG) obtenham o que precisam. Nós teremos monitores independentes de forma a certificarmo-nos de que  os dados não se perdem.

Como poderemos garantir que iremos de encontro às necessidades de reporte?

Antes de embarcar em qualquer desenho de novas ferramentas nós reunimos e analisámos as necessidades de reporte existentes para cada país. Agora que a fase de desenho está em andamento, toda a equipa (i.e. saúde pública, desenhadores, grupos de co-criação) está a monitorar de forma contínua todo o desenvolvimento para garantir que a intervenção final obedece às necessidades de informação específicas do país.

Desenho do estudo

Como é que a intervenção será avaliada? Como sabe a diferença que o formato faz?

A intervenção será testada utilizando um ensaio aleatorizado controlado, e por isso você saberá que a única diferença (caso exista alguma) é devida à intervenção.

[IO EAC é o caminho a seguir?] fez-se uma observação segundo a qual utilizando um EAC haveria uma necessidade de comparar as US entre si uma vez que há mudanças constantes a este nível e uma verdadeira falta de uniformidade. Seria bom ter uma abordagem mista (e.g., um elemento qualitativo).

Nós iremos considerar o melhor desenho experimental-comparativo para a intervenção, e existem várias formas de realizar ensaios. Isto requer mais discussão com estatísticos, especialistas em ensaios e parceiros dos países.

O estudo será levado a cabo em quantas províncias de Moçambique e em que províncias?

Uma. Na província de Manica nesta fase experimental. Posteriormente, será o governo que poderá decidir se irá escalar ou não.

Considerando a grande variedade em serviços de saúde no país, o único centro de estudo pode não ser representativo do retrato nacional

Este ponto é válido e é uma limitação de qualquer estudo de pesquisa. O PHISICC reconhece a variação nos serviços e adoptou aquilo que é actualmente a abordagem mais robusta para tal heterogeneidade – um desenho de EAC – para o ensaio de intervenção e três países muito diferentes. Iremos também recolher evidência qualitativa que nos irá ajudar a perceber o que funciona e de que maneira funciona, e se há perspectivas de aplicação dos nossos achados a outras áreas geográficas.

Financiamento / Aprovacao etica

Qual é a base financeira que o estudo tem para a implementação, caso seja aprovado pelo Ministério?

O estudo e financiado pela Bill & Melinda Gates Foundation e já foi aprovado pelo MISAU (Ministério da Saúde). Todos os parceiros cumprem com as melhores práticas de pesquisa, incluindo revisões éticas quando necessárias.

Cronograma

Dê-nos um cronograma para a finalização deste estudo

Fase do desenho de intervenção: Q3 2018; lançamento do ensaio: Q4 2018:duração do ensaio: 2019; análise dos achados: Q1 2020

Mais perguntas?

Nosso objetivo é sermos receptivos a essa necessidade em todo o projeto, portanto, se houver alguma dúvida que você queira responder, entre em contato conosco aqui.